quarta-feira, 30 de novembro de 2011

Inteligência iraniana impõe dura derrota à CIA-EUA


A prisão de 12 espiões que trabalhavam para a CIA-EUA, anunciada recentemente pelas autoridades iranianas, pode vir a revelar-se muito duro golpe contra os esforços da agência norte-americana que busca coletar informações sobre o Irã e, no geral, contra toda inteligência dos EUA. Essas prisões recentes acontecem imediatamente depois da prisão, em maio passado, de outros 30 suspeitos de também trabalharem para a CIA; e indicam que o Irã já conta com importantes capacidades de contrainteligência.

Os mais recentes sucessos iranianos são reforçados pela descoberta e desmontagem de uma cadeia de espionagem da CIA que operava dentro do grupo Hezbollah no Líbano. Todas essas notícias já foram confirmadas, muito a contragosto, por atuais e antigos funcionários da inteligência dos EUA – o que sugere fortemente que se trate, sim, de grave derrota da inteligência dos EUA, ou, mesmo, de desastre de grandes proporções.

Recentes sucessos da contrainteligência do Hezbollah contra Israel e EUA (em junho, o Hezbollah prendeu dois espiões da CIA que trabalhavam infiltrados na organização) são outros bons resultados devidos, pelo menos em parte, à crescente colaboração que o Hezbollah tem recebido da contrainteligência iraniana.

Fontes do jornal Asia Times Online em Teerã dizem que, nos últimos meses, o Ministério de Inteligência e Segurança do Irã [ing.Ministry of Intelligence and Security (MOIS)] tem-se mostrado mais disposto a partilhar técnicas e know-how extremamente sensíveis de contraespionagem, com o Hezbollah e com os serviços oficiais da inteligência do Líbano.

Quanto à prisão, no Irã, dos 12 suspeitos de espionar a serviço da CIA, além de ser indicação clara da escalada de missões clandestinas da inteligência dos EUA dentro do Irã, há duas observações necessárias. Primeira: é patente que a CIA opera hoje sob baixos padrões de qualidade, seja no recrutamento seja na gestão de seu pessoal. Segunda: há sinais de que o Ministério de Inteligência e Segurança do Irã já está conseguindo converter o Irã em espaço inacessível aos serviços de inteligência estrangeiros hostis.

Informação obtida de muitas fontes na imprensa iraniana – e confirmada por fontes de Asia Times Online em Teerã – sugere que a CIA estaria operando sem objetivo claro (‘atire para todos os lados’), e recolhendo informação de praticamente qualquer cidadão.

Em maio, circularam notícias de que haveria “operadores” do governo entre os suspeitos de espionagem então presos; agora, o ministro da Inteligência do Irã Heydar Moslehi já disse a jornalistas locais, no domingo, que não há funcionários do governo entre os 12 novos suspeitos de espionagem presos.

Falando dos bastidores da reunião semanal do Gabinete, Moslehi deu fortes indícios de que muitos, se não todos os presos recentes são ou jovens cientistas ou estudantes de famílias abastadas que viajam frequentemente ao exterior, em viagens de estudos ou para congressos e seminários científicos.

Informação que se encontra em muitos veículos da mídia iraniana ao longo dos últimos seis meses – e também confirmada por fontes de Asia Times Online em Teerã – parece indicar que, além do alvo principal (o programa nuclear iraniano e o establishmentde defesa do país), a CIA opera também conta outros alvos dentro do Irã: o sistema bancário e financeiro iraniano; as redes de logística e transporte (principalmente transporte aéreo); o planejamento urbano; o setor de petróleo e gás; e a indústria desoftwares, principalmente empresas privadas que criam e operam os programas especialistas usados dentro do governo iraniano.

Mais especificamente, a CIA parece interessada em descobrir e entender como o Irã está conseguindo contornar e superar as sanções internacionais e unilaterais impostas por EUA e países europeus; como e em que extensão o Irã está usando o sistema financeiro internacional para manter em andamento vários projetos críticos, e os negócios do dia-a-dia da vida do país; vulnerabilidades que haja na rede logística e de transportes; os níveis de prontidão e preparo das organizações iranianas de socorro humanitário e resposta a emergências; e, em termos mais gerais, a resistência da infraestrutura iraniana crítica que esteja disponível para operar no país no caso de grande desastre ou longo período de estresse (como, evidentemente, se o país for militarmente atacado).

Para alcançar esses objetivos, o Serviço Nacional Clandestino [ing. National Clandestine Service (NCS)] da CIA criou uma equipe dedicada de operadores e analistas, que trabalham, basicamente, em países que têm fronteiras com o Irã, mas também mais longe, especialmente em países onde vivam número significativo de estudantes iranianos, como a Malásia.

Essa rede dedicada é excepcionalmente bem treinada. Por exemplo, todos esses agentes de campo e analistas têm de ser falantes super eficientes da língua persa e ter competências de alto nível nas ‘trocas interculturais’.

Há sinais de que a CIA-EUA começou a construir essa vasta rede dedicada em 2003; e em meados de 2008, a maioria dos agentes já estavam em campo. Tudo isso ajuda a ver a extensão e a importância dos recentes sucessos da contrainteligência do Irã, a qual, agora, já expôs, neutralizou e tornou inócuos praticamente todo o gigantesco aparato e vastos investimentos da contrainteligência da CIA-EUA no país.

Ao longo das investigações e trabalho especializado de contraespionagem, o Ministério de Inteligência e Segurança do Irã diz já ter identificado 42 oficiais do NCS-CIA que trabalham em vários países e já ter recolhido informação detalhada sobre o objetivo e a natureza de seu trabalho.

As equipes desse serviço NCS-CIA parecem trabalhar embutidas em várias organizações oficiais e não oficiais dos EUA, como embaixadas dos EUA, corporações multinacionais, organizações comerciais de porte médio, consultorias e empresas de recrutamento de empregados, serviços de imigração e outros serviços oficiais mais amplos, em universidades e instituições para-acadêmicas de renome, e em institutos, think tanks e empresas menos conhecidas.

Se se pode crer em matérias distribuídas pela imprensa online iraniana, a obsessão com cientistas e estudantes iranianos de ciências pode ter sido o calcanhar de Aquiles da operação, a partir do qual toda a operação pôde ser desmontada. Já se sugeriu que a existência de uma rede de 30 pessoas e suas sub-redes, já desmanteladas no início desse ano (anúncio feito no final de maio) chamou a atenção das autoridades iranianas graças a informações prestadas voluntariamente por um estudante iraniano que suspeitou, ao ser abordado por uma instituição para-acadêmica (que lhe ofereceu bolsas de estudo e dinheiro), na Malásia.

O Ministério de Inteligência e Segurança do Irã passou então a investigar aquela instituição e rapidamente descobriu que mantinha contato direto com a CIA. A partir daí, a investigação ganhou fôlego e, em pouco tempo, mais de trinta suspeitos de atividades de espionagem foram identificados e localizados.

Já se sabe que 75% dos acusados de espionagem esse ano têm altas qualificações acadêmicas. Por um lado, pode sugerir novidade na abordagem pela CIA, que agora andaria à caça de cientistas iranianos e estudantes mais bem dotados, pensando em recolher informações a serem utilizadas em curto e médio prazos.

Mas, por outro lado, o fato de estarem sendo abordados estudantes ‘em geral’ (não agentes ou funcionários do governo que têm acesso a informação de melhor qualidade), indicam, também, que a CIA está sem rumo, pressionada pelo tempo e pelo desespero; indica que a Agência não está em condições de selecionar melhor nem a informação que mais lhe interesse nem o melhor informante a recrutar, e tem de operar com recrutas ‘de baixo nível’, na esperança de poder ‘aquecer’ rapidamente esses agentes ‘frios’, uma vez que esses estudantes e cientistas só muito raramente têm acesso a qualquer tipo de informação realmente classificada – além de serem alvos sempre expostos às investigações dos serviços da inteligência iraniana.

Não há dúvidas de que, depois desse mais recente sucesso da inteligência do Irã, as próprias organizações iranianas (entre as quais os serviços de inteligência do Corpo de Guardas da Revolução Islâmica, mas, igualmente, todo o establishment iraniano de defesa) estão em melhores condições para operar, livres de inúmeros espiões dos EUA e, em todos os casos, mais seguros do que antes.

Além do mais, pode-se dizer que, quanto mais a CIA vê-se obrigada a baixar os critérios de exigência e a ter de recrutar agentes ‘frios’, a própria CIA passa a expor-se a riscos maiores, no longo prazo, e mais difícil vai-se tornando a operação dentro do Irã, uma vez que já está bem provado que o Ministério de Inteligência e Segurança do Irã é, sim, perfeitamente capaz de desmontar as redes norte-americanas de espionagem e, como se viu, bem no início daquelas operações.

Em resumo, parece haver hoje certa disparidade entre as tentativas de escalada, nos movimentos de espionagem da CIA no Irã, e a eficácia das respostas de contraespionagem que saem do Ministério de Inteligência e Segurança do Irã. Não parece haver qualquer dúvida de que, hoje, os espiões iranianos estão vencendo essa disputa.

Contudo, apesar de haver progressos muito visíveis nas capacidades de contraespionagem no Irã, o país ainda não alcançou o ponto em que as atividades de espionagem dentro do país tornem-se proibitivas custosas, a ponto de agências ocidentais não conseguirem operar lá. De fato, hoje, todos os serviços secretos dos principais países ocidentais, do Leste Europeu, dos EUA e de Israel ainda operam, on diretamente dentro do Irã, ou fora, associados a elementos da diáspora iraniana.

Seja como for, há claros sinais no ar de que, em termos exclusivamente de guerra de inteligência (que nada tem a ver com ações de sabotagem e ‘assassinatos pré-definidos’ [targeted assassinations]), o Irã já começou a virar o jogo.

Mahan Abedin, Asia Times Online
Tradução: Vila Vudu

terça-feira, 29 de novembro de 2011

Rusia enviará a Siria una flotilla encabezada por un portaaviones


Rusia enviará a Siria el próximo año una flotilla de buques militares que estará encabezada por el portaaviones “Almirante Kuznetsov”, informó hoy el diario “Izvestia”.

“La travesía de los buques rusos hasta (la base naval rusa de) Tartus no debe interpretarse como una especie de reacción ante lo que está ocurriendo en Siria”, señaló al diario un portavoz de la Armada rusa.

La Armada rusa tenía previsto desde el pasado año enviar a la zona al “Almirante Kuznetsov” acompañado por el destructor “Almirante Chabanenko” y la fragata “Ladny”.

“Esta escala está preparada desde 2010, cuando allí (en Siria) no tenían lugar los actuales sucesos, y no hay motivos para cancelarla o aplazarla”, añadió la fuente.

Por su parte, el almirante Víctor Krávchenko, antiguo jefe del Estado Mayor de la Armada Rusa, opina que la presencia de buques rusos en las costas sirias conminará a Occidente a adoptar decisiones que pongan en peligro la estabilidad de la región.

“La presencia de cualquier fuerza militar, además de la OTAN, es muy útil para la región, ya que impedirá el estallido de un conflicto militar”, dijo.

Rusia se opone a la injerencia externa y al uso de la fuerza contra Siria, como ocurrió en Libia, y ha adelantado que rechazará cualquier propuesta de resolución que incluya sanciones contra el gobierno de Bachar el Asad.

En el Mediterráneo los buques rusos se encontrarán con la VI Flota estadounidense, que incluye el novísimo portaaviones atómico “George Bush”.

“Por supuesto, las fuerzas de los buques rusos no se pueden comparar con las capacidades militares de la VI Flota de EEUU en el Mediterráneo”, dijo Krávchenko.

El puerto sirio de Tartus, que acogió una base soviética en tiempos de la Guerra Fría, es actualmente un centro de mantenimiento y abastecimiento para la Flota rusa del mar Negro.

Actualmente, la base alberga a unos 600 militares y técnicos del Ministerio de Defensa ruso y está siendo rehabilitada para que cruceros y portaaviones rusos puedan atracar en su seno.

El “Almirante Kuznetsov”, que partirá en diciembre hacia el Mediterráneo y porta ocho cazas Su-33 y doce misiles de crucero Granit, no puede acceder a Tartus, donde sí atracarán la fragata y el destructor que le acompañan.

Según los analistas, Rusia perdió miles de millones de dólares en contratos militares debido a la guerra en Libia y no quiere que le pase lo mismo con Siria, uno de sus principales aliados y clientes de la industria armamentista rusa en el mundo árabe.

Fuente: Cubadebate

terça-feira, 22 de novembro de 2011

Beto Almeida: Jornal Novo, Jornal Velho


Não há limites para a falta de escrúpulos da grande mídia brasileira. Raul Ryff, Secretário de Imprensa do presidente João Goulart, costumava dizer que quando os grandes veículos de comunicação se articulam entre si e atacam, como fizeram com Getúlio Vargas em 54, com Jango em 64 e Leonel Brizola depois de sua volta do exílio – são piores do que uma matilha enfurecida. O jornalista Beto Almeida, da TV Senado e correspondente da Telesur no Brasil – analisa neste texto os caminhos e os descaminhos da mídia brasileira e propõe soluções. Leitura imperdível. (OM)
A recente divulgação manipulada de dados de IDH da ONU, quando os jornalões brasileiros estamparam dados de 2005 como se fossem atuais, levando até mesmo o Presidente Lula - mesmo estando em meio a silêncio por recomendação médica - a telefonar indignado ao Ministro Gilberto Carvalho reagindo à adulteração, é apenas mais uma prova escancarada da falta crucial que faz um jornal popular, de massas e nacional no Brasil. Divulgaram jornal velho, como se fosse notícia nova.
De fato, a oligarquia da mídia não tem limites em sua falta de escrúpulos. Não surpreende, Já passou para a história do anti-jornalismo um editorial do Estadão, que na data em que Getúlio Vargas assinava decreto criando a Petrobrás, afirmava ser um absurdo que se formasse uma empresa estatal de petróleo num país sabidamente sem petróleo, conforme afirmavam técnicos dos EUA. O jornalismo colonizado.
Há algumas áreas da política no Brasil de hoje, que, diferentemente de outras em que o Governo Lula deu início a significativas modificações, registram travamento, paralisia. A política financeira, a reforma agrária e a democratização da comunicação.
Este travamento suscita muitas perguntas. Primeiramente, por que será que um partido que consegue eleger por três vezes seguidas o presidente da república não consegue, não se anima a organizar um jornal popular e de massas, mesmo tendo sido esta tese já aprovada em alguns congressos e conferências do PT?
Será que um partido que demonstra o prestígio que tem entre as mais variadas camadas sociais, com capacidade de liderar uma composição de partidos, de articular-se com as centrais sindicais, os movimentos sociais, os segmentos progressistas das igrejas, a receber apoio expressivo entre os militares nacionalistas e democráticos, na intelectualidade, no movimento estudantil e na juventude, como também em setores do empresariado, tem realmente dificuldades organizativas, materiais e financeiras para montar uma imprensa a favor do povo e do Brasil?
Gramsci , fundador do jornal L’Unitá
Provavelmente, um importante óbice impedindo que o Brasil volte a ter um jornal nacionalista, popular, progressista, de ampla circulação, como foi o Jornal Última Hora, seja um bloqueio político, talvez uma falsa interpretação da teoria de Gramsci sobre a tese da hegemonia. Vale lembrar, inicialmente, que foi o próprio revolucionário italiano o fundador do Jornal L’Unitá. Segundo esta adaptação da teoria da hegemonia para os tempos atuais, não teria mais sentido a organização de mídias próprias, sejam partidárias ou de segmentos políticos organizados, sendo mais correta a disputa no interior da mídia convencional considerada como uma instituição que formaria parte de uma suposta democracia representativa.
Apesar disso, muitos dos dirigentes petistas, sustentando corretamente elaboração de inúmeros teóricos da comunicação, acusam a atual indústria midiática de ser partidária, facciosa, embora alegue neutralidade.Ela é partidária não apenas das teses mais caras ao grande capital internacional, apoiando escandalosamente, por exemplo, os indecentes privilégios da oligarquia financeira, das diversas oligarquias que concentram nas mãos a propriedade da terra, mas é também partidária no sentido eleitoral, como vimos, ao assumir as candidaturas mais conservadoras, representantes destas mesmas teses.
A crítica dos dirigentes petistas, baseada em argumentação coerente e em fatos objetivos, aponta a mídia brasileira atual de atuar como um verdadeiro partido político oposicionista, o que, por si só, anularia aquela possibilidade de que houvesse disputa democrática da hegemonia num universo midiático que comportasse o contraditório, a pluralidade, a diversidade. Realmente, isto não existe na mídia comercial brasileira, razão pela estaríamos diante de uma inevitável escolha: ou a acusação dos petistas ao partidarismo da mídia é fato, o que a realidade vem se confirmando dia após dia, e, assim, a renúncia a construir uma mídia própria por supor que existiriam condições para uma disputa democrática no seio desta mídia atual mídia, considerada ilusoriamente como um espaço democrático, deveria ser uma política descartada. Toda vez que o PT rejeita colocar em prática decisões de congresso para a construção de um jornal de massas, o que prevalece, de fato, é a política que reconhece credibilidade a esta mídia comercial como se fosse uma instituição democrática, plural e diversificada, o que ela nega ser diariamente. Se acusação de muitos dos dirigentes petistas ao golpismo da mídia é justa, é justo também considerar que esta avaliação, grave e decisiva, merece um desdobramento conseqüente e coerente: cabe ao campo progressista organizar sua própria mídia, dotada de brasilidade, pluralismo, diversidade, democracia..
Mídia e golpismo
O campo conservador tem sua mídia, e esta mídia atua não apenas como um partido contra todas as teses e políticas sustentadas pelo PT e pelos governos Lula e Dilma, mas também em defesa das teses mais caras ao grande capital internacional, seja em relação, por exemplo, à criminosa agressão contra a Líbia, à ocupação do Iraque e do Afeganistão, os preparativos de agressão contra o Iran, ações guerreiras que combinam-se com as políticas financeira que rapinam a economia popular nos países centrais do capitalismo. Diante disso, cabe então perguntar: o campo progressista, que esforça – se por imprimir mudanças sócio-econômicas civilizatórias, humanistas, democráticas, enfrentando os poderes e interesses que sustentam aquela velha mídia, tem ou não a tarefa, o direito e até o dever de oferecer à sociedade uma opção de jornalismo que promova pluralidade diversidade informativas e a democratização do debate político nacional e internacional?
A outro obstáculo, eventualmente mencionado, seria a dificuldade para a organização dos recursos financeiros necessários para a estruturação de um jornal popular. Talvez a resposta para esta dúvida eventual esteja na própria montanha de publicações que o conjunto das forças progressistas produz hoje, seja no movimento sindical ou partidário.. Trata-se de um volume tão espantosamente grande de impressos que, se todos os esforços, recursos e estruturas usados para esta produção e sua distribuição fossem postos a serviço de uma grande publicação popular, racionalizando-se e concentrando-se toda esta dispersão de iniciativas, com efeitos relativamente insuficientes, certamente haveria a capacidade de resolver o problema do grande déficit informativo do campo democrático-transformador hoje. Neste caso, o principal obstáculo continua sendo político.
Outro argumento que se lança, este mais recentemente, contra a idéia da produção de um jornal popular é o da chegada da internet, apontando a imprensa como uma comunicação do passado, da era da revolução industrial, enquanto que já estaríamos na condição de pensar numa comunicação pós-industrial. Certamente, os que argumentam em favor de um jornal popular não o colocam em antagonismo a qualquer nova forma de comunicação que venha a ser desenvolvida a partir de uma radical democratização da internet. De fato, não se trata de modalidades excludentes. Além do mais, Congresso Mundial de Jornais recentemente realizado, apontou uma superioridade de 20 por cento da leitura de jornais impressos, sobre a leitura da internet.
O papel do jornal “Última Hora”
Da mesma forma que já podemos perceber no caso brasileiro um certo travamento da agenda da democratização da mídia aprovada na Confecom - com seus desdobramentos evidentes também quando se percebe que a nova lei da TV paga, por exemplo, chancela e viabiliza a desnacionalização e a oligopolização deste setor comunicativo - constatamos, em contrapartida, que a democratização do jornalismo impresso, é algo que pode ser implantado imediatamente. Ou seja, as forças progressistas não dependem, hoje, de mudança na Constituição ou nas leis para que se forme um grande jornal nacional, popular, de massas, acessível a todos, como, em outra época, para mais uma vez dar o exemplo, já foi o Última Hora.
Dependem de sua própria iniciativa, as condições políticas para isto já foram conquistadas. Para dar uma idéia do papel cumprido por este jornal e do papel que poderia ser cumprido agora por um jornal popular, vale lembrar que em 1954, quando Vargas determinou um aumento de 100 por cento no valor do salário mínino, a jornalhadada direita fez o maior escândalo, até mesmo manifesto de coronéis repelindo o novo valor salarial se fez. Pois bem, neste dia, em letras garrafais, a manchete do Última Hora, de circulação nacional, estampava em todas as bancas a frase de Getúlio Vargas: “Não há salários altos. Há lucros excessivos!” . Manchete inimaginável em qualquer dos jornalões atuais.
Pode ser que este travamento da Agenda da Confecom continue por mais algum tempo pois, como sabemos, há temas que dependem de outra relações de forças, entre as quais o enfrentamento com os indecentes privilégios dos banqueiros e a paralisação da reforma agrária estrategicamente posicionados no Congresso. Dependem da constituição de novas maiorias, de mais presença popular no Congresso Nacional, para o que, a tática utilizada por certos segmentos de esquerda nas últimas eleições gerais - abstenção ou neutralidade em determinado momento - revelou-se, ,evidentemente, como um erro e deve ser revisada. Tivesse a esquerda mais peso parlamentar agora seria outra a votação , por exemplo, do Código Popular, da contribuição para a saúde etc.
O travamento da agenda da Confecom
A continuar este travamento da democratização da comunicação e, por desdobramento, da expansão de uma Banda Larga para Todos, mediante imposição dos oligopólios das teles que aprisionam certas áreas do governo, o projeto do jornal popular será o que mais rápida e eficazmente poderá ser implementado. Ante o argumento de que não se deveria investir numa comunicação do passado (imprensa), mas sim numa do futuro (internet), lembramos que estes investimentos já foram feitos. Já existe hoje uma moderna capacidade gráfica instalada. Mais que isso, existe uma capacidade ociosa da indústria gráfica que beira os 50 por cento, é crônica, em razão das cada vez mais baixas tiragens dos jornais, como também de livros, cuja tiragem padrão no Brasil é de apenas 3 mil exemplares. Em Cuba já houve tiragens de “Grande Sertão, Veredas”de Guimarães Rosa, de 150 mil exemplares. Na Venezuela, recentemente, houve uma edição do livro “Contos”, de Machado de Assis, de 300 mil exemplares, distribuídos gratuitamente, assim como uma tiragem de 1 milhão de exemplares de “Dom Quixote”de Cervantes, também distribuídos gratuitamente.
Popularização da produção e da leitura de jornais
Ou seja, a capacidade ociosa da indústria gráfica brasileira, juntamente com as raquíticas taxas de leitura, conforma um campo apto que permite combinar os fatores para a implantação de um projeto público de popularização da produção e da leitura de jornais no Brasil. Aqui temos gráficas meio paradas, povo impedido de ler e talentosos jornalistas e escritores sem postos de trabalho. Portanto, não se trata de investir mais na indústria gráfica, há uma capacidade instalada já. Trata-se de colocar capacidade existente e que está paralisada para funcionar, gerando emprego e, fundamentalmente, baseada num programa de jornalismo público e popular, democratizando a informação, sem necessidade de reforma constitucional ou novo marco regulatório da comunicação. Isto é para já. Afinal, este país já teve uma Última Hora!
O governo paga para apanhar
Quando se argumenta, em contraposição ao projeto de um jornal popular, que os recursos seriam muito difíceis de serem levantados, podemos não apenas recorrer novamente à história para lembrar do exemplo do empréstimo que o Banco do Brasil concedeu ao jornalista Samuel Wainer para fundar o Última Hora, empréstimo rigorosamente pago pela editora do diário. Aliás, sabemos que pagar empréstimos não é o forte para muitos dos grandes empresários ou usineiros de hoje, que certamente fariam o maior escândalo se os recursos públicos fossem legitimamente utilizados para sustentar o projeto de criação de um jornal popular. Mas, eles não fazem qualquer objeção ao fato de os recursos públicos serem hoje uma das principais fontes de sustentação da mídia comercial, sobretudo quando uma única edição da Veja recebe 14 páginas de anúncio da Petrobrás. O governo continua pagando para apanhar!. Em que pese a positiva reformulação na política de distribuição de verbas publicitárias, com muito mais democracia, ainda cabe corrigir os desequilíbrios existentes no setor, pois até o momento, sente-se a ausência de um projeto para um jornalismo público e de uma postura mais decidida e mais audaz por parte do governo federal para fortalecer, expandir e qualificar a comunicação no campo democrático.
Uma Fundação para o Jornalismo Público
Ainda refletindo sobre meios e maneiras de superar o ceticismo sobre como organizar os recursos para montar um projeto de jornal popular, lembramos que muitos dos fundos públicos de empresas estatais aplicam boa parte de seus recursos em operações financeiras tradicionais. Que efeitos positivos teríamos para a democratização da informação se boa parte destes mesmos recursos, hoje imobilizados no financismo, fossem injetados, por exemplo, na constituição de uma Fundação para o Jornalismo Público. Entre outras funções, esta Fundação poderia ter o papel de pensar, prever e elaborar teorias e práticas para o jornalismo do futuro, enriquecidos com as novas tecnologias de comunicação. Abrigaria uma instituição voltada para o ensino do jornalismo exclusivamente público, algo que ainda não está desenvolvido nem teórica, nem praticamente no Brasil - o ensino conceitual para o jornalismo privado já existe. Além disso, esta instituição aceitaria o desafio de elaborar e implementar projetos para a popularização da produção e leitura de jornal no Brasil, cujas estatísticas indicam estar abaixo da taxa de leitura da Bolívia, uma economia de muito menor porte que a brasileira.
Um novo jornalismo nasce na América Latina
Sob o lema “A imprensa é a artilharia do pensamento”, cunhada por Simon Bolívar, renasceu há pouco mais de 1 ano na Venezuela, o jornal “Correio do Orenoco”, com o mesmo nome do jornal do movimento libertador liderado por Bolíva no século 19, cujo redator era o brasileiro Abreu e Lima, que havia fugido da repressão que se abatera sobre os revolucionários de Pernambuco então. Hoje, este jornal, com o preço módico de 1 Bolívar, já é diário, é distribuído nacionalmente e possui uma tiragem de 300 mil exemplares. Enquanto isso, o principal jornal da direita venezuelana , “El Nacional”, teve sua circulação reduzida, em 10 anos, de 400 mil para apenas 40 mil diários, fundamentalmente em razão do desprestígio recebido por adotar uma posição contra revolucionária, chegando mesmo a insinuar aprovação a um eventual atentado contra a vida do Presidente Hugo Chávez, eleito e reeleito pelo voto popular, além de aprovado diversas vezes em plebiscito e referendos, também pelo voto soberano do povo bolivariano.
Na Bolívia, cansado de ser identificado pela imprensa comercial e conservadora como “Narco-presidente” , Evo Morales decidiu estimular a criação de um jornal público, chamado “Cambio”, que em pouco tempo de criação, 2 anos, já vende tanto quanto o mais antigo jornal do país, o “La Razon” , com 70 anos de história. O Cambio, com circulação nacional impressa, custa um quarto do preço do jornal conservador e também possui uma versão on-line. Constata-se uma alteração positiva na relação de forças da batalha comunicativa no país andino, que, ademais, tem uma TV pública, possui também uma rede nacional de rádios indígenas e camponesas, e, tem o sinal aberto de Telesur ao alcance de todos, emissora da qual a Bolívia é sócia.
No Paraguai , o presidente Fernando Lugo também decidiu enfrentar o desequilíbrio informativo em favor das oligarquias e criou a Agência Publica de Notícias, que além de abastecer todo o sistema informativo nacional, irá publicar um jornal para distribuição gratuita ao povo.
No Equador existe o jornal público “El Telégrafo”, agora reforçado, modernizado e preparado para fazer uma disputa cerrada que se verifica entre as oligarquias e o governo de Rafael Correa, que, alvo de várias manobras de sabotagem e até de uma tentativa de golpe de estado em outubro de 2010, decidiu democratizar a legislação de meios de comunicação, além de levar autores de injúrias, calúnias e ofensas às barras dos tribunais. Aí também se verifica um jornalismo novo surgindo, embora o jornalismo velho, oligárquico, golpista, insista na defesa dos antigos privilégios das classes dominantes e do capital estrangeiro.
Talvez esteja na Argentina a experiência mais decidida e com alguma semelhança no porte econômico e em modelo às possibilidades de democratização informativa que poderia ocorrer no Brasil. O governo Kirchner impulsionou consultas regionais a todos os setores sociais, a partir do que elaborou um projeto de lei, aprovado no Congresso, que, em resumo, redistribui o setor comunicativo em três segmentos, tal como está inscrito na Constituição Brasileira, embora não regulamentado. Lá, um terço do setor é para o empresariado, um terço para o setor público e estatal e o outro terço para as entidades sociais, entre elas universidades e centrais sindicais, que, a partir da nova legislação, também já podem ter acesso à direção de meios de comunicação eletrônicos. Fora isto, há também o jornal El Argentino, distribuído gratuitamente, com ampla circulação, e o jornal Tiempo Argentino, ambos encarregados de assumir o desafio do legítimo e democrático enfrentamento com a linha editorial oligárquica e imperial dos dois diários do jornalismo velho, El Clarin e La Nacion.
A experiência comunicativa da Era Alvarado
Aguardemos, agora, o que poderá nos trazer o Peru sob a presidência de Umalla Hollanta, pois este país andino já viveu uma experiência transformadora em democratização quando, em 1968, o governo do General Alvarado, além de estatizar o petróleo, iniciar a reforma agrária e de várias mudanças sociais relevantes, nacionalizou os jornais e os colocou sob administração das centrais sindicais. Sem saber o que fazer com aquilo, por incompreensão do momento político vivido pelo país - chegavam a chamar o general Alvarado de “Gorila” - as centrais sindicais não deixaram marca positiva de uma experiência relevante em matéria de jornalismo, perdendo preciosa oportunidade histórica.
Mesmo sob uma agressiva onda de ataques do velho jornalismo aos projetos de mudanças em curso nestes países da América do Sul, ataques sintonizados com a agenda dos EUA para a região, o voto popular tem proporcionado as condições políticas para o surgimento do novo jornalismo, de caráter público, democrático e popular. São experiências que deveriam ser bem mais vivenciadas pelos brasileiros. Neste sentido, mesmo reconhecendo na EBC uma conquista relevante, ainda não consolidada, somos obrigados a reconhecer, também, que a TV Brasil acumula uma enorme dívida para com a sociedade brasileira já que nada informa sobre estes importantes fenômenos de um novo jornalismo bem perto de nós, preferindo insistir numa linha editorial que acompanha e repete, na maioria das vezes, o preconceito do jornalismo velho contra este processo de mudanças em curso. Aliás, a linha editorial internacional da EBC ainda está predominantemente em sintonia com o velho jornalismo, o Itamaraty tem estado politicamente à esquerda da EBC.
Este processo de mudanças democráticas, lastreado nas forças progressistas e que tem como pano de fundo, por um lado a crise global do capitalismo neoliberal e de outro a integração sul-americana baseada na cooperação e na soberania dos povos é um fato jornalístico e notável de mereceria uma revisão editorial da EBC. Devemos nos preparar para dele participar, não apenas encorajando mudanças na EBC, trabalhando para a implementação de convênio de cooperação com a Telesur e para a liberação do seu sinal no Brasil, mas, também, desengavetando a agenda da Confecom, que sequer atravessou a Esplanada, do Minicom para chegar ao Congresso Nacional. Mas, lá chegando, a relação de forças continuará sendo extremamente adversa para a democratização da mídia. O que exigirá unidade do campo popular em aliança com o Governo Dilma, como na Argentina, como na Venezuela, para remover os entulhos autoritários e neoliberais que seguem incrustados no Congresso.
Enquanto em segmentos do campo progressista acumulam-se ceticismos sobre montar ou um jornal popular, nacional e de massas, a Folha Universal, editada pela igreja do mesmo nome, alcança já 3 edições semanais, com 1,5 milhão de exemplares, distribuídos gratuitamente em pontos de grande afluxo de populares. Surgem novos jornais de distribuição gratuita, com tiragens volumosas, indicando possibilidades que o campo progressista não explorou ainda. E uma proposta apresentada ao então governador petista Cristovam Buarque, na década de 90, após recusada, foi assumida por um grupo empresarial brasiliense. O jornal Coletivo afirma-se hoje como um jornal de massas, com tiragem superior á do maior jornal do Distrito Federal, distribuído gratuitamente a cada dia, às 17 horas, na Rodoviária da Capital Federal, espalhando por todo o entorno.
A implantação de um jornal popular, não depende de mudanças constitucionais ou de leis, nem de maioria no Congresso. Depende de um mínimo de unidade política do campo progressista, em coordenação com o governo que elegeu. E pode ser uma realidade a curtíssimo prazo. Como provou Vargas ao criar o Última Hora.

(*) Beto Almeida é Diretor da Telesur (Venezuela) e correspondente da Rádio de Las Madres Plaza de Mayo no Brasil

(**)(*) Palestra no curso do Núcleo Piratininga de Comunicação - Rio de Janeiro, novembro 2011

terça-feira, 15 de novembro de 2011

Nova dança da moda: bombardear o Irã




Pepe Escobar, Asia Times Online

Preparem-se para uma chuva de informes de “inteligência”, no formato de imagens de satélites nas quais todos os modelos de armazém fotografados em território iraniano serão freneticamente descritos como segmentos de linha de montagens de bombas atômicas. (Lembram a famosa “instalação atômica secreta” localizada na Síria, há alguns anos? Era uma fábrica de tecidos.)

Preparem-se para uma chuva de diagramas mal desenhados e imagens de objetos de ar sempre muito suspeito, ou dos contêineres onde teriam sido escondidos, todos capazes de atingir a Europa em 45 minutos.

Preparem-se para uma chuva de “especialistas” nos canais Fox, CNN e BBC, empenhados em dissecação sem fim de todas aquelas mal traçadas linhas travestidas como se fossem “provas”. Por exemplo, o ex-inspetor de armas da ONU, David Albright, agora empregado do Institute for Science and International Security (ISIS), já conseguiu escapar do mundo das almas mortas e já voltou à telinha, exibindo suas credenciais de “bombardear o Irã”, acrescidas de diagramas e inteligência de satélite.

Esqueçam o Iraque. Fora de moda, tãããããão 2003. O novo groove está aí. É guerra contra o Irã já.

Virar japonês

Para começar, convoquem algum senso comum.

Se o Irã estivesse construindo uma bomba atômica, teria de ter desviado urânio para essa finalidade. O relatório divulgado essa semana pela Agência Internacional de Energia Atômica [International Atomic Energy Agency (IAEA)] – por mais politicamente enviesado que seja – nega absolutamente qualquer desvio de urânio.

Se o Irã estivesse desenvolvendo uma bomba atômica, os inspetores da ONU a serviço da IAEA teriam sido expulsos do país.

OK. Em 2002 o Iraque não tinha programa de armas nucleares. E, mesmo assim, foi chocado e apavorado. O mesmo argumento vale também para o Irã.

Teerã deve ter feito, isso sim – se merecem algum crédito as informações de inteligência super enviesadas usadas para o relatório da IAEA – muitos experimentos e simulações em computador. Todo o mundo faz – inclusive países que desistiram da bomba, como o Brasil e a África do Sul.

O Corpo dos Guardas Islâmicos Revolucionários [ing. Islamic Revolutionary Guards Corps (IRGC)] – encarregado do programa nuclear civil – quer, sim, com certeza, uma força de contenção.

Quer dizer: eles querem poder construir uma bomba nuclear, para o caso de virem a enfrentar ameaça confirmada e inequívoca de mudança de regime induzida, mais provavelmente, por ataque militar ou invasão pelos EUA.

Há muitas dúvidas sobre a competência – ou a imparcialidade – do novo presidente da Agência Internacional de Energia Atômica, o submisso Yukya Amano, japonês. A melhor resposta sobre isso está num telegrama Wikivazado, de 2010[1].

Quanto à origem de muito do que tem sido apresentado pela IAEA como inteligência “confiável”, até o New York Times já foi obrigado a noticiar que “parte daquelas informações foram enviadas à IAEA por EUA, Israel e Europa”. Gareth Porter já destruiu definitivamente a credibilidade daquele relatório[2].

Além do mais, preparem-se para pressão máxima contra a CIA, para que desminta o crucial 2007 National Intelligence Estimate (NIE), que estabeleceu – de forma irrefutável – que Teerã encerrou seu programa nuclear para armas atômicas há muito tempo, em 2003.

Tudo isso encaixa-se perfeitamente com os latidos dos cães de guerra, que já começaram a latir.

Os fantoches europeus podem ser incompetentes até para vencer uma guerra na Líbia (só conseguiram, depois que o Pentágono assumiu o comando da inteligência via satélites).

Podem ser incompetentes até para dar solução ao desastre financeiro da Europa. Mas França, Alemanha e UK já começaram a latir – exigindo sanções mais duras contra o Irã.

Nos EUA, Democratas e Republicanos juntos exigem não só sanções; os Republicanos pirados (evidente oxímoro) clamam por nova versão da Operação Choque e Pavor.

Nunca é pouco repetir como funcionam as coisas em Washington. O governo de Benjamin Netanyahu em Israel diz ao poderoso AIPAC (American Israel Public Affairs Committee) o que fazer; e o AIPAC transmite as ordens ao Congresso dos EUA.

Por isso a Comissão de Relações Exteriores da Câmara de Deputados dos EUA já está analisando um projeto de lei a ser apresentado pelos dois partidos e que, de fato, é declaração de guerra ao Irã.

Nos termos da lei em discussão, nem o presidente Barack Obama, nem a secretária de Estado Hillary Clinton, nem, de fato, nenhum diplomata dos EUA, poderá manter qualquer tipo de contato ou relação diplomática com o Irã – a menos que Obama obtenha, “das comissões apropriadas do Congresso”, uma declaração de que não falar com o Irã implicaria “ameaça extraordinária a interesses vitais da segurança dos EUA.”

“Comissões apropriadas do Congresso” é exatamente a Comissão de Relações Exteriores da Câmara de Deputados dos EUA, que recebe ordens de marcha marcial diretamente de Bibi, em Israel, via o AIPAC, em Washington.

Tentem dizer a qualquer daqueles hiper-Israel-acima-de-tudo no Congresso dos EUA quais são as reais consequências imediatas de atacar o Irã: o Irã, em minutos, fechará o Estreito de Hormuz, com o que serão cortados 6 milhões de barris de petróleo, da economia mundial (que já está em recessão no norte industrializado), o que elevará o preço do barril de petróleo para 300, 400 dólares. De nada adiantará: eles não sabem juntar lé com cré.

Preparem-se. E nenhum passo fora da agenda

Começam a aparecer boatos de que o Corpo dos Guardas Revolucionários Islâmicos (IRGC) teria dito, segundo a agência de notícias Fars, que bastam quatro mísseis iranianos para deter Israel.

Esse mísseis talvez sejam – e talvez não sejam – os mísseis nucleares cruzadores soviéticos Kh-55 da Ucrânia e da Bielorrússia, com alcance máximo de 2.500 km, e que o Irã talvez tenha comprado, há anos, no mercado negro.

O IRGC, claro, mantém-se em silêncio. O que só faz aumentar o nevoeiro da (pré)guerra –, porque ninguém sabe coisa alguma sobre a qualidade das defesas do Irã.

Segredo que todos conhecem em Washington é que a ‘mudança de regime’ no Irã é jogo de guerra que já vem sendo jogado desde, no mínimo, 2004.

Ainda se aplica o mapa do caminho favorito dos neoconservadores, de 2002; os alvos são Iraque, Síria, Líbano, Irã, Somália e Sudão – pontos chaves do “arco de instabilidade” inventado pelo Pentágono.

Imaginem esses PhDs em matanças e guerras examinando o tabuleiro de xadrez. O Iraque já está devidamente chocado e apavorado (apesar de os EUA estarem sendo chutados de lá). A Síria é jogo duro demais para os incompetentes da OTAN. O Líbano (o Hezbollah) só será derrotado se a Síria cair antes. A Líbia foi vitória (esqueçam que a guerra civil na Líbia que durará muito tempo). A Somália pode ser contida com Uganda e aviões-robôs tripulados à distância, os drones. E o Sudão do Sul já está no saco.

O que deixa aberta – para os adeptos linha dura da doutrina da Dominação de Pleno Espectro –, a tentação sedutora de um ataque bem-sucedido contra o Irã, como o ápice de um movimento radical de destruição, que redistribuiria todas as cartas, do Oriente Médio à Ásia Central. O “arco de instabilidade” estaria, afinal, desestabilizado.

Como fazer? É simples – do ponto de vista dos dedicados servidores da morte e da guerra. Basta convencer Obama de que, em vez de infernizar-lhe a vida, os conservadores beijarão o chão que ele pisa e o canonizarão como o salvador ressuscitador da economia dos EUA... se Obama concordar com, só, começar mais uma guerra.

Alguém aí está interessado em Occupy Irã – literalmente?

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[1] “New UN chief is 'director general of all states, but in agreement with us” [Novo diretor da IAEA-ONU é ‘diretor geral de todos os estados’, mas em acordo conosco] – 16/10/2009, Telegrama CONFIDENCIAL VIENNA 000478, WikiLeaks, em Guardian, UK, 2/12/2010 (http://www.guardian.co.uk/world/us-embassy-cables-documents/230076?CMP=twt_gu) (trechos que o Guardian assinala como “mais importantes”):

“O novo diretor geral designado da IAEA, Yukiya Amano, em reunião com o embaixador, agradeceu o apoio dos EUA a sua candidatura e muito enfatizou que apoia todos os objetivos estratégicos dos EUA na condução da Agência. Amano disse ao Embaixador em várias ocasiões que terá de fazer concessões ao G-77 que, acertadamente, exige que aja de modo justo e independente, mas que concorda enfaticamente com os EUA e jogará conosco em todas as decisões estratégicas chaves, desde a indicação do pessoal de alto nível, até o modo como manobrar o chamado programa nuclear do Irã [itálicos no telegrama original].

3. (SBU) Amano partilhou com o embaixador Davies sua posição pública sobre o papel da Agência Internacional de Energia Atômica e a contribuição a Agência nas questões globais cruciais da proliferação [de armas atômicas], segurança, energia, saúde humana e administração da água. Mais sincero, Amano observou a importância de manter uma certa “ambiguidade construtiva” sobre seus planos, até, pelo menos, que ele assuma o posto que hoje é de ElBaradei, o que acontecerá em dezembro [fim do excerto] [NTs].
[2] 9/11/2011, Gareth Porter, “IAEA's "Soviet Nuclear Scientist" Never Worked on Weapons” [Os ‘cientistas nucleares soviéticos’ da IAEA jamais trabalharam em programas de armas”], IPS News, em http://ipsnews.net/news.asp?idnews=105776 (em inglês).

Tradução: Vila Vudu

segunda-feira, 14 de novembro de 2011

Fidel Castro: Cinismo genocida (Primera parte)


Los crímenes repugnantes que con frecuencia creciente viene cometiendo la Organización del Tratado del Atlántico Norte, son ejecutados bajo la égida de Estados Unidos y los países más ricos de Europa / Primera parte de las Reflexiones del líder de la Revolución cubana, Fidel Castro.

Ninguna persona cuerda, especialmente aquellos que tuvieron acceso a los conocimientos elementales que se adquieren en una escuela primaria, estaría de acuerdo con que nuestra especie, de modo particular los que son niños, adolescentes o jóvenes, sean privados hoy, mañana y para siempre del derecho a vivir. Jamás los seres humanos a lo largo de su azarosa historia, como personas dotadas de inteligencia, conocieron experiencia semejante.
Me siento en el deber de transmitir a aquellos que se toman la molestia de leer estas reflexiones, el criterio de que todos, sin excepción, estamos en la obligación de crear conciencia sobre los riesgos que la humanidad está corriendo de forma inexorable, hacia una catástrofe definitiva y total como consecuencia de las decisiones irresponsables de políticos a quienes el azar, más que el talento o el mérito, puso en sus manos el destino de la humanidad.
Sean o no los ciudadanos de su país, portadores de una creencia religiosa o escépticos con relación al tema, ningún ser humano en su sano juicio estaría de acuerdo con que sus hijos, o familiares más allegados, perezcan de forma abrupta o víctimas de atroces y torturantes sufrimientos.
Tras los crímenes repugnantes que con frecuencia creciente viene cometiendo la Organización del Tratado del Atlántico Norte, bajo la égida de Estados Unidos y los países más ricos de Europa, la atención mundial se concentró en la reunión del G-20, donde se debía analizar la profunda crisis económica que afecta hoy a todas las naciones. La opinión internacional, y particularmente la europea, esperaban respuesta a la profunda crisis económica que con sus profundas implicaciones sociales, e incluso climáticas, amenazan a todos los habitantes del planeta. En esa reunión se decidía si el euro podía mantenerse como la moneda común de la mayor parte de Europa, e incluso si algunos países podrían permanecer dentro de la comunidad.
No hubo respuesta ni solución alguna para los problemas más serios de la economía mundial a pesar de los esfuerzos de China, Rusia, Indonesia, Sudáfrica, Brasil, Argentina y otros de economía emergente, deseosos de cooperar con el resto del mundo en la búsqueda de soluciones a los graves problemas económicos que le afectan.
Lo insólito es que apenas la OTAN dio por concluida la operación en Libia “tras el ataque aéreo que hirió al jefe constitucional de ese país, destruyó el vehículo que lo transportaba y lo dejó a merced de los mercenarios del imperio, quienes lo asesinaron y exhibieron como trofeo de guerra, ultrajando costumbres y tradiciones
musulmanas" la OIEA, órgano de Naciones Unidas, una institución que debiera estar al servicio de la paz mundial, lanzó el informe político, tarifado y sectario, que pone el mundo al borde de la guerra con empleo de armas nucleares que el imperio yanki, en alianza con Gran Bretaña e Israel, viene preparando minuciosamente contra Irán.
Después del "Veni, vidi, vici" del famoso emperador romano hace más de dos mil años, traducido al "vine, vi y murió" transmitido a la opinión pública a través de una importante cadena de televisión tan pronto se conoció la muerte de Gaddafi, sobran las palabras para calificar la política de Estados Unidos.
Lo que importa ahora es la necesidad de crear en los pueblos una conciencia clara del abismo hacia dónde la humanidad está siendo conducida. Dos veces nuestra Revolución conoció riesgos dramáticos: en octubre de 1962, el más crítico de todos en que la humanidad estuvo al borde del holocausto nuclear; y a mediados de 1987 cuando nuestras fuerzas se enfrentaban a las tropas racistas sudafricanas, dotadas con las armas nucleares que los israelitas les ayudaron a crear.
El Sha de Irán también colaboró junto a Israel con el régimen racista y fascista surafricano.
¿Qué es la ONU?, una organización impulsada por Estados Unidos antes de finalizar la Segunda Guerra Mundial. Esa nación, cuyo territorio distaba considerablemente de los escenarios de guerra, se había enriquecido enormemente; acumuló el 80% del oro del mundo y bajo la dirección de Roosevelt, sincero antifascista, impulsó el desarrollo del arma nuclear que Truman, sucesor suyo, oligarca y mediocre, no vaciló en usar contra las ciudades indefensas de Hiroshima y Nagasaki en el año 1945.
El monopolio del oro mundial en poder de Estados Unidos, y el prestigio de Roosevelt, le permitió el acuerdo de Bretton Woods que le asignó el papel de emitir el dólar como única divisa que se utilizó durante años en el comercio mundial, sin otra limitante que su respaldo en oro metálico.
Estados Unidos, al finalizar aquella guerra, era también el único país que poseía el arma nuclear, privilegio que no vaciló en transmitirle a sus aliados y miembros del Consejo de Seguridad: Gran Bretaña y Francia, las dos más importantes potencias coloniales del mundo en aquella época.
A la URSS, Truman ni siquiera le informó una palabra del arma atómica antes de usarla. China, entonces gobernada por el general nacionalista, oligárquico y proyanki, Chiang Kai-shek, no podía ser excluido de aquel Consejo de Seguridad.
La URSS, golpeada duramente por la guerra, la destrucción y la pérdida de más de 20 millones de sus hijos por la invasión nazi, consagró ingentes recursos económicos, científicos y humanos para equiparar su capacidad nuclear con la de Estados Unidos.
Cuatro años después, en 1949, probó su primera arma nuclear; la de Hidrógeno, en 1953; y en 1955 su primer megatón. Francia dispuso de su primera arma nuclear en 1960.
Eran solo tres los países que poseían el arma nuclear en 1957, cuando la ONU, bajo la égida yanki, creó la Organización Internacional de la Energía Atómica. ¿Imagina alguien que ese instrumento de Estados Unidos hizo algo por advertir al mundo los terribles riesgos a que expondría la sociedad humana cuando Israel, aliado incondicional de Estados Unidos y la OTAN, ubicado en pleno corazón de las más importantes reservas del mundo en petróleo y gas, se constituyera en peligrosa y agresiva potencia nuclear?
Sus fuerzas, en cooperación con las tropas coloniales inglesas y francesas, atacaron Port Said cuando Abdel Nasser nacionalizó el Canal de Suez, propiedad de Francia, lo que obligó al Primer Ministro soviético a transmitir un ultimátum exigiendo el cese de aquella agresión, que los aliados europeos de Estados Unidos no tuvieron otra alternativa que acatar.
(Prosigue mañana).

Fidel Castro Ruz

sábado, 12 de novembro de 2011

Netanyahu, o irracional

Ameaça de atacar Irã é blefe bastante arriscado com conseqüências catastróficas para o mundo, e não somente para Israel.

Por Gianni Carta
O primeiro-ministro Benjamin Netanyahu se revela um péssimo estrategista ao ameaçar um ataque contra o Irã. A intimidação, por conta do desenvolvimento de armas atômicas naquele país, também demonstra o elevado grau de irracionalidade do premier. Isso porque a ameaça é, na verdade, um blefe bastante arriscado – e com consequências catastróficas para o mundo, e não somente para Israel.
O que Netanyahu almeja é angariar o apoio da comunidade internacional. De fato, após a AIEA (Agência Internacional de Energia Atômica) ter publicado um relatório no qual diz ter “sérias preocupações com as possíveis dimensões militares do programa nuclear do Irã”, Netanyahu e outras autoridades israelenses arrefeceram a retórica bélica.
E assim confirmaram que a ameaça não passa de um perigoso blefe.
Outros irracionais como o ministro das Relações Exteriores, Avigdor Lieberman, ao lado do qual o falcão Netanyahu vira uma pequena pomba, estressou a necessidade de novas “sanções paralisantes contra o Irã”. Em miúdos, Lieberman e Netanyahu, entre outros, buscam o apoio do Conselho de Segurança da Onu e da chamada comunidade internacional. No entanto, Lieberman emendou: “A opção militar é a última possível e a pior, mas ela tem de continuar sobre a mesa e pronta para ser colocada em prática”.
Aí mora o problema.
E se a China e a Rússia, como é esperado desses dois membros permanentes do Conselho de Segurança, vetassem novas sanções contra Teerã? Israel teria então de atacar o Irã. Caso contrário perderia sua credibilidade no Oriente Médio e mundo afora.
Um ataque contra o Irã seria, não resta a menor sombra de dúvida, uma missão suicida. Na quarta-feira 9, o general Massud Jazyeri, chefe do estado maior das forças iranianas contra-atacou: o Irã, em caso de ataque às suas instalações militares, “destruirá” Israel.
Pior: a resposta iraniana “não se limitará ao Oriente Médio”. O motivo? Simples: as autoridades consideram que Israel está agindo em sintonia com os Estados Unidos. E, claro, não é preciso ser especialista em Oriente Médio para deduzir que Barack Obama, como todos presidentes norte-americanos desde a criação em 1948 de Israel, agem em uníssono com o estado israelense.
Obama, impotente no seu país e globo afora, está tão desnorteado quanto Netanyahu cercado por revoltas nos países vizinhos. Por isso, vale especular, ele é conivente com a falta de lógica, ou de irracionalidade, por parte do governo israelense. Novos assentamentos israelenses continuam a pipocar em terras palestinas; Israel se engajou em uma nova queda-de-braço com a Autoridade Palestina. Onde está a lógica de comprar briga com a Turquia? E por ai vai.
Nesse quadro negro, Netanyahu não é o único a padecer de falta de racionalidade. A nova onda começou com o presidente Shimon Peres, outrora um político aparentemente capaz. No domingo 6, Peres declarou: “A possibilidade de um ataque militar contra o Irã está mais próxima do que uma opção diplomática”.
Esse cenário de irracionalismo se estende ao povo. Numerosos israelenses sabem que um ataque contra Israel será o início de um conflito global.
E, no entanto, a maioria dos israelenses daria sinal verde a um ataque contra o Irã.
Segundo o cientista político iraniano Hesam Houryaband, “o discurso de Ahmadinejad de destruir Israel não reflete a política exterior do país”. O Irã, me disse Houryaband, ‘’quer armas nucleares para proteger seu regime”. A razão? Teerã viu a invasão do Iraque, da Líbia. “Qual será o próximo da lista?” Ninguém atacará a Coréia do Norte e o Paquistão, ambos com programas nucleares avançados. E Israel, vale estressar, também é uma potencia atômica, embora jamais tenha confirmado ou desmentido dispor de um arsenal nuclear.

sábado, 5 de novembro de 2011

El Papel Genocida de la OTAN


El 9 de marzo del año actual bajo el título “La OTAN, la guerra, la mentira y los negocios”publiqué una nueva Reflexión sobre el papel de esa organización bélica.
Selecciono los párrafos fundamentales de aquella Reflexión:
“Como algunos conocen, en septiembre de 1969, Muammar Al-Gaddafi, un militar árabe beduino de peculiar carácter e inspirado en las ideas del líder egipcio Gamal Abdel Nasser, promovió en el seno de las Fuerzas Armadas un movimiento que derrocó al Rey Idris I de Libia, un país desértico casi en su totalidad y de escasa población, situado al norte de África, entre Túnez y Egipto.”
“Nacido en el seno de una familia de la tribu beduina de pastores nómadas del desierto, en la región de Trípoli, Gaddafi era profundamente anticolonialista.”
“…los adversarios de Gaddafi aseguran que se destacó por su inteligencia como estudiante; fue expulsado del liceo por sus actividades antimonárquicas. Logró matricularse en otro liceo y después graduarse en leyes en la Universidad de Bengasi a los 21 años. Ingresa después en el Colegio Militar de Bengasi donde creó lo que se denominó el Movimiento Secreto Unionista de Oficiales Libres, concluyendo posteriormente sus estudios en una academia militar británica.”
“Había iniciado su vida política con hechos incuestionablemente revolucionarios.
“En marzo de 1970, tras manifestaciones masivas nacionalistas, logró la evacuación de los soldados británicos del país y, en junio, Estados Unidos desalojó la gran base aérea cerca de Trípoli, entregada a instructores militares egipcios, país aliado a Libia.
“En 1970, varias compañías petroleras occidentales y sociedades bancarias con participación de capitales extranjeros fueron afectadas por la Revolución. A fines de 1971, la famosa British Petroleum corrió la misma suerte. En el área agropecuaria todos los bienes italianos fueron confiscados, los colonos y sus descendientes expulsados de Libia.”
“El líder libio se enfrascó en teorías extremistas que se oponían tanto al comunismo como al capitalismo. Fue una etapa en la que Gaddafi se dedicó a la teorización, que no tiene sentido incluir en este análisis, aunque sí señalar que en el artículo primero de la Proclama Constitucional de 1969 se establecía el carácter “Socialista” de la Jamahiriya Árabe Libia Popular.
“Lo que deseo enfatizar es que a Estados Unidos y sus aliados de la OTAN nunca le interesaron los derechos humanos.
“La olla de grillos que tuvo lugar en el Consejo de Seguridad, en la reunión del Consejo de Derechos Humanos con sede en Ginebra, y en la Asamblea General de la ONU en Nueva York, fue puro teatro.”
“El imperio pretende ahora […] intervenir militarmente en Libia y golpear la ola revolucionaria desatada en el mundo árabe.”
“Promovida la latente rebeldía libia por los órganos de inteligencia yanki, o por los errores del propio Gaddafi, es importante que los pueblos no se dejen engañar, ya que muy pronto la opinión mundial tendrá suficientes elementos para saber a qué atenerse.”
“Libia, igual que muchos países del Tercer Mundo, es miembro del Movimiento de Países No Alineados, del Grupo de los 77 y otras organizaciones internacionales, a través de las cuales se establecen relaciones independientemente del sistema económico y social de cada Estado.
“A grandes rasgos: la Revolución en Cuba, inspirada en principios Marxistas-Leninistas y Martianos, había triunfado en 1959 a 90 millas de Estados Unidos, que nos impuso la Enmienda Platt y era propietario de la economía de nuestro país.
“Casi de inmediato, el imperio promovió contra nuestro pueblo la guerra sucia, las bandas contrarrevolucionarias, el criminal bloqueo económico, y la invasión mercenaria de Girón, custodiada por un portaaviones y su infantería de marina lista para desembarcar si la fuerza mercenaria obtenía determinados objetivos.”
“Todos los países latinoamericanos, con la excepción de México, participaron del criminal bloqueo que todavía perdura, sin que nuestro país jamás se rindiera.”
“En enero de 1986, esgrimiendo la idea de que Libia estaba detrás del llamado terrorismo revolucionario, Reagan ordenó romper relaciones económicas y comerciales con ese país.
“En marzo del año 1986, una fuerza de portaaviones en el Golfo de Sirte, dentro de aguas consideradas nacionales por Libia, desató ataques que ocasionaron la destrucción de varias unidades navales provistas de lanzamisiles y de sistemas de radares de costa que ese país había adquirido en la URSS.
“El 5 de abril, una discoteca en Berlín Occidental, frecuentada por soldados de Estados Unidos, fue víctima de explosivos plásticos, en el que tres personas murieron, dos de ellas militares norteamericanos y muchos fueron heridos.
“Reagan acusó a Gaddafi y ordenó a la Fuerza Aérea que diera respuesta. Tres escuadrones despegaron de los portaaviones de la VI Flota y bases en el Reino Unido, atacaron con misiles y bombas siete objetivos militares en Trípoli y Bengasi. Alrededor de 40 personas murieron, 15 de ellas civiles […] cuando un misil impactó directamente en la residencia (del líder libio), su hija Hanna murió y otros dos hijos resultaron heridos. El hecho recibió un amplio rechazo; la Asamblea General de la ONU aprobó una resolución de condena por violación de la Carta de la ONU y el Derecho Internacional. Igual hizo en términos enérgicos el Movimiento de Países No Alineados, la Liga Árabe y la OUA.
“El 21 de diciembre de 1988, un Boeing 747 de la compañía Pan Am que volaba de Londres a Nueva York se desintegró en pleno vuelo por el estallido de una bomba…”
“Las investigaciones, según los yankis, implicaban a dos agentes de la inteligencia Libia.”
“Una leyenda tenebrosa se fabricó contra él con la participación de Reagan y Bush padre.”
“El Consejo de Seguridad le había impuesto sanciones a Libia que comenzaron a superarse cuando Gaddafi aceptó someter a juicio, con determinadas condiciones, a los dos acusados por el avión que estalló sobre Escocia.
“Delegaciones libias comenzaron a ser invitadas a reuniones intereuropeas. En julio de 1999 Londres inició el restablecimiento de relaciones diplomáticas plenas con Libia, después de algunas concesiones adicionales.”
“El 2 de diciembre, Massimo D’Alema, primer ministro italiano, realizó la primera visita de un jefe de gobierno europeo a Libia.
“Desaparecida la URSS y el campo socialista de Europa, Gaddafi decidió aceptar las demandas de Estados Unidos y la OTAN.”
“A inicios del 2002, el Departamento de Estado informó que estaban en curso conversaciones diplomáticas entre Estados Unidos y Libia.”
“Al iniciarse el año 2003, en virtud del acuerdo económico sobre indemnizaciones alcanzado entre Libia y los países demandantes, Reino Unido y Francia, el Consejo de Seguridad de la ONU levantó las sanciones de 1992 contra Libia.
“Antes de finalizar el 2003, Bush y Tony Blair informaron de un acuerdo con Libia, país que había entregado a expertos de inteligencia del Reino Unido y Washington documentación de los programas no convencionales de armas, así como misiles balísticos con un alcance superior a 300 kilómetros. […] Era el fruto de muchos meses de conversaciones entre Trípoli y Washington, como reveló el propio Bush.
“Gaddafi cumplió sus promesas de desarme. En pocos meses Libia entregó las cinco unidades de misiles Scud-C con un alcance de 800 kilómetros y los cientos de Scud-B, cuyo alcance sobrepasaba los 300 kilómetros en misiles defensivos de corto alcance.
“A partir de octubre de 2002 se inició el maratón de visitas a Trípoli: Berlusconi, en octubre de 2002; José María Aznar, en septiembre de 2003; Berlusconi de nuevo en febrero, agosto y octubre de 2004; Blair, en marzo de 2004; el alemán Schröeder, en octubre de ese año; Jacques Chirac, en noviembre de 2004.”
“Gaddafi recorrió triunfalmente Europa. Fue recibido en Bruselas en abril de 2004 por Romano Prodi, presidente de la Comisión Europea; en agosto de ese año el líder libio invitó a Bush a visitar su país; Exxon Mobil, Chevron Texaco y Conoco Philips ultimaban la reanudación de la extracción de crudo a través de joint ventures.
“En mayo de 2006, Estados Unidos anunció la retirada de Libia de la lista de países terroristas y el establecimiento de relaciones diplomáticas plenas.
“En 2006 y 2007, Francia y Estados Unidos suscribieron acuerdos de cooperación nuclear con fines pacíficos; en mayo de 2007, Blair volvió a visitar a Gaddafi en Sirte. British Petroleum firmó un contrato ‘enormemente importante’ según se declaró para la exploración de yacimientos de gas.
“En diciembre de 2007, Gaddafi realizó dos visitas a Francia y firmó contratos de equipamientos militares y civiles por valor de 10 000 millones de euros; y a España, donde se entrevistó con el presidente del Gobierno José Luis Rodríguez Zapatero. Contratos millonarios se suscribieron con importantes países de la OTAN.
“¿Qué es lo que ahora ha originado la retirada precipitada de las embajadas de Estados Unidos y los demás miembros de la OTAN?
“Todo resulta sumamente extraño.
“George W. Bush, padre de la estúpida guerra antiterrorista, declaró el 20 de septiembre de 2001 a los cadetes de West Point ‘Nuestra seguridad requerirá […] la fuerza militar que ustedes dirigirán, una fuerza que debe estar lista para atacar inmediatamente en cualquier oscuro rincón del mundo. Y nuestra seguridad requerirá que estemos listos para el ataque preventivo cuando sea necesario defender nuestra libertad…’.”
“Debemos descubrir células terroristas en 60 países o más […] Junto a nuestros amigos y aliados, debemos oponernos a la proliferación y afrontar a los regímenes que patrocinan el terrorismo, según requiera cada caso.”
Añado hoy que Afganistán un país tradicionalmente rebelde, fue invadido; las tribus nacionalistas antaño aliadas de Estados Unidos en su lucha contra la URSS, fueron bombardeadas y masacradas. La guerra sucia se extendió por el mundo. Irak fue invadido con pretextos que resultaron falsos, sus abundantes recursos petroleros pasaron a manos de empresas yankis, millones de personas perdieron sus empleos y fueron obligadas a desplazarse dentro o fuera del país, sus museos fueron saqueados e incontables ciudadanos perdieron la vida o fueron masacrados por los invasores.
Volviendo a la Reflexión, señalé:
“Un despacho de la AFP procedente de Kabul […] revela que: ‘El año pasado fue el más letal para los civiles en nueve años de guerra entre los talibanes y las fuerzas internacionales en Afganistán, con casi 2 800 muertos, un 15% más que en 2009, indicó el miércoles un informe de la ONU, que subraya el costo humano del conflicto para la población’.”
“Con 2 777 exactamente, el número de civiles muertos en 2010 aumentó en 15% con respecto a 2009, indica el informe anual conjunto de la Misión de Asistencia de las Naciones Unidas en Afganistán….”
“El presidente Barack Obama expresó el 3 de marzo su ‘profundo pesar’ al pueblo afgano por los nueve niños muertos, y también lo hicieron el general estadounidense David Petraeus, comandante en jefe de la ISAF, y el secretario de Defensa, Robert Gates.”
“…el reporte de la UNAMA destaca que el número de civiles muertos en 2010 es cuatro veces superior a los soldados de las fuerzas internacionales caídos en combate en ese mismo año.”
En lo que se refiere a Libia, señalé:
“Durante 10 días, en Ginebra y en Naciones Unidas, se pronunciaron más de 150 discursos sobre violaciones de los derechos humanos que fueron repetidos millones de veces por televisión, radio, Internet y la prensa escrita.
“El Ministro de Relaciones Exteriores de Cuba, Bruno Rodríguez, en su intervención del pasado 1º de marzo de 2011 ante los Ministros de Relaciones Exteriores reunidos en Ginebra, expresó:
“La conciencia humana rechaza la muerte de personas inocentes en cualquier circunstancia y lugar. Cuba comparte plenamente la preocupación mundial por las pérdidas de vidas de civiles en Libia y desea que su pueblo alcance una solución pacífica y soberana a la guerra civil que allí ocurre, sin ninguna injerencia extranjera, y que garantice la integridad de esa nación.”
“Si el derecho humano esencial es el derecho a la vida, ¿estará listo el Consejo para suspender la membresía de los Estados que desaten una guerra?
“¿Suspenderá a los Estados que financien y suministren ayuda militar empleada por el Estado receptor en violaciones masivas, flagrantes y sistemáticas de los derechos humanos y en ataques contra la población civil, como las que ocurren en Palestina?
“¿Aplicará esa medida contra países poderosos que realicen ejecuciones extrajudiciales en territorio de otros Estados con empleo de alta tecnología, como municiones inteligentes y aviones no tripulados?
“¿Qué ocurrirá con Estados que acepten en sus territorios cárceles ilegales secretas, faciliten el tránsito de vuelos secretos con personas secuestradas o participen de actos de tortura?”
“Estamos contra la guerra interna en Libia, a favor de la paz inmediata y el respeto pleno a la vida y los derechos de todos los ciudadanos, sin intervención extranjera, que solo serviría a la prolongación del conflicto y los intereses de la OTAN.”
Ayer 31 de octubre se produjo un hecho que, como tantos otros, testimonia la falta total de ética en la política yanki.
La Organización de Naciones Unidas para la Educación, la Ciencia y la Cultura, acababa de adoptar una decisión valiente: otorgar al pueblo heroico de Palestina el derecho a participar como miembro activo en la UNESCO; 107 estados votaron a favor, 14 en contra, 52 se abstuvieron de votar. Todos conocemos perfectamente por qué.
La representante de Estados Unidos en esa institución, siguiendo instrucciones del premio Nobel de la Paz, declaró de inmediato que a partir de ese instante su país suspendía toda ayuda económica a la organización, destinada por la ONU a la educación, la ciencia y la cultura.
El acento dramático con que la dama anunció la decisión era totalmente innecesario. Nadie se sorprendió con la esperada y cínica decisión.
Mas, si fuese todavía poco, bastaría el cable de la AFP fechado en Washington la tarde de hoy a las 16:05:
“‘Tras la cumbre del G20 (…) el presidente (Obama) y el presidente Sarkozy participarán en una ceremonia en Cannes para celebrar la alianza entre Estados Unidos y Francia’, indicó la presidencia estadounidense, precisando que los dirigentes se encontrarán también con ‘soldados estadounidenses y franceses que han participado juntos en la operación’ en Libia.”
Proseguirá próximamente.

Fidel Castro Ruz

Noviembre 1 de 2011

terça-feira, 1 de novembro de 2011

Troca de prisioneiros revela que Israel tortura presos palestinos


"O isolamento deve ser proibida pelos Estados como uma punição ou extorsão técnica ", disse Juan E. Méndez à Assembléia Geral da ONU em 18 de Outubro. Méndez é o Relator Especial das Nações Unidas sobre a tortura e outros tratamentos cruéis, desumanos ou degradantes. Em seu primeiro relatório intercalar, ele examina a prática
de confinamento solitário. Méndez inclui Israel, em seu relatório. Ele escreve: "Em Israel, células solitárias são muitas vezes iluminado com lâmpadas fluorescentes como sua única fonte de luz, e eles não têm nenhuma fonte de ar fresco ou ventilação."
Na foto acima, o ex-prisioneiro palestino Aweidah ao lado do filho.

A lei arbitrária do Estado de Israel permite que prisioneiros e detidos sejam presos em solitário de confinamento em três circunstâncias: durante o interrogatório, como medida disciplinar, e durante a chamada "separação" por um período, estendido de tempo ilimitado. Detalhando informações sobre a prática desumana de isolamento podem ser encontrados no relatório Solitary Confinamento de presos e detidos em prisões israelenses, publicado em Junho de 2011 por três israelenses com base em organizações de direitos humanos.

O relator da ONU Méndez define confinamento em solitária como qualquer regime em que um preso é mantido em isolamento dos outros (exceto guardas) durante pelo menos 22 horas por dia. De acordo com Méndez, "confinamento solitário reduz o contato social significativa para um mínimo absoluto. O nível de estímulo social que resulta é insuficiente para a indivíduo a permanecer em um estado razoável de saúde mental. "

O relatório acrescenta: "O uso de prolongada ou indefinida confinamento solitário tem aumentado em várias jurisdições, especialmente no contexto (como desculpa) da "guerra ao terror" e "uma ameaça à segurança nacional ". Devido ao seu isolamento, presos mantidos em prolongada ou indefinida confinamento solitário pode facilmente escorregar para fora da vista da justiça, e salvaguardar os seus direitos é, portanto, difícil. "Méndez recomenda que solitária e prolongada por tempo indeterminado confinamento, por mais de 15 dias, deve ser proibida.

Greve de fome não terminou a prática de isolamento

Em outubro, os prisioneiros políticos palestinos em prisões israelenses realizaram uma greve de fome em massa de três semanas exigindo que Israel acabasse com a política de manter detidos em confinamento solitário. O número de presos mantidos em isolamento havia aumentado acentuadamente nos últimos meses. Em maio passado doze prisioneiros foram mantidos em isolamento por parte de Israel por razões de "segurança" , de acordo com Addameer. Depois que o primeiro-ministro israelense Netanyahu anunciou a introdução de condições mais severas de detenção para prisioneiros palestinos, outros sete prisioneiros foram colocados em confinamento solitário em junho e mais três em julho.

Durante a greve de fome, um grande número de prisioneiros participantes foram colocados em isolamento, em particular nas prisões de Shatta e Ohal Keidar. Addameer não pôde acessar números exatos porque o Serviço Prisional de Israel impede ou limitada visitas aos presos por advogados de Addameer.

A greve de fome foi suspensa depois que Israel concordou em acabar com a prática e libertou os detentos do isolamento. O acordo não era aplicável aos prisioneiros do movimento Hamas: Abdallah Barghouthi, Mahmoud Issa e Ibrahim Hamed, que foram mantidos em isolamento desde 2003, 2002 e 2006, respectivamente.

Ahmad Saadat concluiu 31 meses de confinamento solitário e o prazo ainda foi prorrogado por um ano em
outubro de 2011. A decisão foi baseada em “provas secretas”.

Issa Qaraqe, o Ministro dos Negócios Autoridade Palestina de Detentos, disse a agência Ma'an Notícias que cerca de 20 palestinos permanecem em confinamento solitário.

Enquanto isso, três prisioneiros que haviam sido mantidos em isolamento por motivo de "segurança" foram
incluidos na troca de prisioneiros em 18 de outubro.

Aweidah Kollab sofreu 12 anos de isolamento

A Rede Europeia de Apoio aos Direitos dos Prisioneiros Palestinos, UFREE, divulgou um relatório exclusivo sobre a situação dos Aweidah Kollab da Cidade de Gaza.
Sua história mostra claramente os danos devastadores que podem ser causados pela desumana e nefasta prática de confinamento solitário. Kollab participou da troca de prisioneiros após 24 anos de prisão, 12 dos quais passados em confinamento solitário. Sua família ficou chocada com a sua condição psicológica.

Na idade de 48, Aweidah sofre de perda de memória depois de anos de tortura mental e é incapaz de ter uma refeição completa porque seu estômago não está acostumado a receber uma refeição habitual.

Seu irmão disse à UFREE: 'Meu irmão tem um problemas para ficar sentado em uma cadeira - ele ajusta sua
corpo como se estivesse de cócoras - depois de mais de uma década em isolamento em um espaço minúsculo”.

Filho mais novo, Aweidah tinha apenas 40 dias de idade quando seu pai foi preso. Agora, em idade adulta, é a primeira vez que viu seu pai - apenas para descobrir que o seu pai não pode reconhecê-lo.

Uma das primeiras coisas que sua família fez após a sua libertação foi encaminhá-lo para o hospital porque
há falta deliberada de assistência médica nas prisões de Israel para os palestinos, equivalente a uma política de morte lenta.

Os médicos descobriram que Aweidah sofria de inúmeras doenças, incluindo úlcera no estômago e uma condição corporal magra, inflamação da válvula do coração, uma hérnia na região do peito e uma pedra no rim. Ele também precisa de várias sessões de massagem dos membros para pode sentar-se corretamente - uma habilidade que ele perdeu, enquanto vivem em condições desumanas em o confinamento solitário.

A família foi aconselhada a aumentar gradualmente sua interação com seus filhos e netos, para ajudar a sua adaptação à vida fora.

Seu irmão disse à UFREE como ele contactou muitas organizações, tais como o Cruz Vermelha e a B'tselem para informá-los quanto à deterioração da saúde de Aweidah na prisão. Ele também foi transferido à força de uma prisão à outra, onde sofreu tratamento degradante e humilhante.

Sua família está buscando um processo contra a administração penitenciária israelense em fóruns internacionais, devido ao tratamento desumano de longa duração, disse Aweidah.

É importante intensificar nossas campanhas em prol dos presos políticos.

Fonte: http://electronicintifada.net/blogg