domingo, 5 de fevereiro de 2012
“Israel é um câncer que precisa ser extirpado”, declara o Ayatollah Ali Khamenei
Um discurso anti-Israel foi proferido pelo líder iraniano Ayatollah Ali Khamenei na sexta-feira, por ocasião do bem sucedido lançamento de satélite pela República islâmica do Irã, em resposta às declarações de governantes israelenses de que o país pode atacar as usinas nucleares do Irã, apesar das falsas objeções dos EUA.
"De agora em diante, vamos apoiar e ajudar qualquer nação, movimento ou grupo que lute contra o regime sionista em todo o mundo, e não temos medo de declarar isso", disse Khamenei durante uma palestra na oração de sexta-feira na Universidade de Teerã.
"O regime sionista (Israel) é um verdadeiro tumor cancerígeno nesta região que deve ser extirpado", disse Khamenei. "E isso definitivamente vai ser extirpado."
A maioria da retórica de Khamenei não é nova. Mas o momento e a definição de seu discurso aumentaram o impasse que, segundo alguns analistas, tem o potencial para desencadear uma ação militar que romperia a coalizão internacional que surgiu para enfrentar o Irã sobre seu programa nuclear e comprometer os mercados de petróleo e as frágeis economias de alguns países da Europa, além dos Estados Unidos.
As declarações de Khamenei esclarecem definitivamente o jogo de cenas em que se transformaram as negociações nucleares entre Irã e potências ocidentais. Seu discurso ilustrou sua convicção de que o Irã não vai de dobrar frente os "poderosos arrogantes", um termo usado no discurso político iraniano para descrever os Estados Unidos e seus aliados.
Khamenei disse que Israel tornou-se "enfraquecido e isolado" no Oriente Médio devido às revoluções - que ele chamou de "despertar islâmico" - que se espalharam pela região.
Ele sugeriu que o apoio do Irã ao grupo militante palestino Hamas e Hezbollah do Líbano ajudou a levar a vitória em suas batalhas contra o "estado sionista", como Israel é chamado oficialmente no Irã.
"Nós nos envolvemos nas questões anti-israelense, que resultou nas vitórias nas guerras de 33 dias e 22 dias", disse Khamenei, referindo-se a guerra de Israel com o Líbano em 2006 e sua incursão na Faixa de Gaza no final de 2008.
O discurso de Khamenei ocorreu horas depois da estatal do Irã informar à imprensa que o país havia lançado um satélite ao espaço, transportado por um foguete caseiro.
O lançamento faz parte de uma série de festividades de comemoração ao 33º aniversário da Revolução Islâmica do Irã, que culminou com o colapso da monarquia em 11 de fevereiro de 1979.
A tv estatal informou que o satélite Navid Elm o Sanat ("Boa mensagem da ciência e da indústria") traz câmera e avançados dispositivos de telecomunicações, tendo sido inteiramente concebido e produzido em território iraniano.
O presidente Mahmoud Ahmadinejad juntou-se ao lançamento a distância, via videoconferência e disse que estava esperançoso de que o lançamento "enviará um sinal de mais amizade entre todos os seres humanos", informaram as agências de notícias.
O programa espacial iraniano é pacífico mas o imperialismo norte-americano e a entidade sionista tentam convencer as nações ocidentais que os foguetes podem ser usados para ataques regional e - se o país fosse para produzir uma arma nuclear - ser equipados com uma ogiva nuclear. O Irã tem afirmado repetidamente que seu programa de mísseis é apenas para fins defensivos.
O satélite Navid irá orbitar a Terra a uma altitude de até 234 quilômetros, informou a Agência de Notícias da República Islâmica.
Navid é o terceiro satélite que o Irã lançou durante os últimos anos e o primeiro dos três a serem lançados no início de 2012. O satélite Irã Omid foi lançado em 2009 e o Rasad em 2011. Ambos ficaram três meses no espaço. O primeiro satélite iraniano, Sina-1, foi construído e lançado pela Rússia em 2005.
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Nenhum comentário:
Postar um comentário